domingo, 6 de dezembro de 2009

QUARTO


Da minha vagina não sai sangue
Porque prenho poemas

Tenho sangue de gato nas veias
Viro morcego

A poeta nua trepava em mim com tanto vigor que eu ia explodir

A poeta não gozava nunca
Era mulher
 Mas meu gozo fácil era capaz de quebrar qualquer tabu
E fazer a poeta criar asas de tanto prazer

E as asas dela seriam verdes e feitas de fios de palmeira
E seu cheiro seria de um país que não vi
O mar teria medo dos mistérios de seu sexo

E ela repetiria versos em línguas indecifráveis cada vez que a minha língua penetrasse na sua boca e desenhasse os seus dentes

Me apaixonei pela poeta nua

Eu quero a poeta nua
A poeta

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